20 de agosto de 2010

Em Roma sê romano - Parte III: Primeiro dia

Os Italianos costumam dizer que a comida italiana é como a francesa mas mais requintada.Tudo depende do ponto de vista de análise: Eu já comi ambas e continuo a preferir alargar a definição que não abona muito a favor nem dos italianos nem dos franceses. Há no entanto uma coisa que adoro e que os italianos usam em quantidades industriais: o Tomate.

Nhoque ao Sugo (Fonte: portal são francisco)
Li que a cozinha italiana teve as suas origens enraizadas no séc. IV a.c., altura em que surge o primeiro crítico gastronómico italiano, um siciliano de etnia grega chamado Arquestrato*. Ele defendia o uso de ingredientes frescos como o tomate. Também o queijo e o vinho são essenciais à mesa italiana. Suponho que as influências sofridos por Portugal, Espanha, França e Itália, devem ser semelhantes uma vez que partilhamos muitos costumes de mesa. A única diferença é que eles comem, além das entradas (que maioritariamente são de tomate!) o primi piatti (massas), secondo piatti (carne ou peixe) e a sobremesa. Tudo caríssimo (e com uma surpresa adjuvante da qual falarei mais tarde). Como gosto de comer, achei que ler um pouco sobre isto durante a viagem seria uma vantagem e tentei descobrir quais os melhores locais que podia escolher para comer... Agosto é o mês de descanso para a maioria dos restaurantes da cidade. Que raio de sorte a minha, estávamos em Agosto! E para ajudar a festa parece que é o mês com maior número de turistas... Este romanos não sabem mesmo orientar o negócio!

O primeiro impacto nesta aventura gastronómica foi muito fraco. Se alguém está a pensar que a pizza (sim, ainda não me sinto confortável a usar só um "z") é a escolha formidável, enganou-se: É preciso muita perícia para encontrar um local que as faça decentemente. Uma pizzaria de bairro (supostamente as melhores de acordo com o guia), com vitrinas cheias de pizzas a metro, de um aspecto visual colorido saboroso, não foi muito do meu agrado: Massa demasiado rija, ingredientes crus e frias... E o preço fez-nos levantar uma sobrancelha.

Cá fora chovia e trovejava. Mas estava calor. O primeiro dia em Itália estava terminado.

*Fonte: wikipédia

19 de agosto de 2010

Em Roma sê romano - Parte II: O hotel

Contrariando as minhas expectativas, o hotel era magnífico. Foi uma boa surpresa. Era amplo, majestoso e o Staff prestável; fez-me esquecer todo o ambiente Blade Runner que foi preciso atravessar até lá chegar.

O quarto era espaçoso, limpo e fresco. Havia espelhos que ocultavam uma parede inteira e a porta de entrada do quarto. A televisão oferecia filmes americanos dobrados em italiano e a casa de banho parecia ter sido toda esculpida em mármore. Tirando a parte da televisão, era tudo perfeito.



Estendi-me na cama e fechei os olhos. Aliviei a tensão na coluna deixada pela porcaria da bagagem; mais uma vez me veio à cabeça que da próxima a mala vai ser mais pequena... Mas era melhor descansar um pouco e recuperar da noite mal dormida. Ajudou estarmos num 8º andar e com janelas à prova de som.

Como a hora do almoço tinha sido passada, no ar, a mordiscar uma sandes de uma mistela com ananás, depois de um duche e de uma muda de roupa, às seis da tarde, voltámos a enfrentar o calor apertado na rua e procurar comida.

10 de agosto de 2010

Em Roma sê romano - Parte I: À chegada

Acerto as horas no relógio para a hora local. A viagem tinha durado o tempo suficiente para não chegar a pensar que já estava há demasiado tempo no ar. Estávamos em terra. Levava o suficiente para passar pelo pormenor de desejar que da próxima vez traria uma mala mais pequena. 30 minutos de percurso entre o aeroporto de Fiumicino e a maior estação de metro e comboios de Roma (e da Europa!): Termini; Mais 20 minutos de percurso entre a estação de metro e o hotel que me fizeram perceber que tomámos a saída de metro mais distante e perigosa: A saída principal ficava a apenas duas passadeiras do hotel. Acabava de chegar a Roma e já pensava que afinal o meu país era mesmo bonito, limpo e confortável.


O metro de Roma congestiona a qualquer hora do dia e o uso desta parca, mas até útil, rede de transportes, mostrou-me que a noção de banho não existe na cabeça da maioria dos seres que por lá anda. Culpo, a par com o intenso calor, a engenhosa "técnica do labirinto" que está genialmente aplicada nesta estação de metro: Um extenso percurso, composto por um intrincado amontoado de escalas (algumas não-rolantes), curvas e contracurvas, até ao simples validar dos tickets, induz o utente no erro de estar próximo do local de embarque dali a menos de um passo. Ele que se prepare para mais umas quantas escadas e labirintos.

No meio de tanta caminhada procurei furiosamente um caixote do lixo para deitar fora um papel que levava na mão. Encontrei-o finalmente na casa-de-banho do quarto do hotel.

A minha primeira impressão de Roma ficava assim definida: Suor, muita marcha e uma percentagem mínima de recipientes para o lixo.